Diário de Bordo...quinto dia (05.01.11)
Antes de contar as nossas últimas aventuras, esclareço que o atraso nos relatórios se dá devido a dificuldade no acesso a internet nos hotéis e ao próprio cansaço, que muitas vezes atrapalha, pois temos chegado tarde nos locais de pernoite. Hoje cedo (06.01) havia preparado este relatório, quando caiu a conexão...resultado: perdi todas as informações!
Outro detalhe: o José repassa algumas fotos via smartfone, que está permanentemente ligado... é sócio da Claro! kkk!
Bem, vamos ao que interessa.
Ontem, dia 05.01.11, foi nosso quinto dia de viajem. Saímos de Mendoza/Argentina às 8h00 rumo à Vinã Del Mar/Chile, sendo que passamos por Uspallata, Los Penitentes, Puente Del Inca, Las Cuevas, Los Andes, San Felipe, Llay Llay e Hijuelas, percorrendo cerca de 415 Km.
Ao sairmos de Mendoza, ainda que com GPS, conseguimos errar o caminho e percorrer cerca de 40 Km dentre um belíssimo vale cercado por montanhas cobertas de neve. Apesar do atraso, valeu a pena! Neste dia, ainda que o trajeto não fosse longo, levamos um tempo maior, pois no caminho havia inúmeros lugares para visitarmos. Ao nos aproximarmos de Uspallata, subindo a cordilheira dos Andes, tivemos de fazer uma parada para colocar mais roupa e proteção contra o frio e o vento que se tornavam cada vez mais fortes. Em Los Penitentes, uma das muitas estações de esqui da Argentina, pudemos observar que embora não seja mais temporada de neve, há muitos turistas que assim mesmo buscam conhecer essas belas paisagens e encontramos outros gaúchos. Em seguida fomos conhecer um cemitério de andinistas, onde estão enterrados os corajosos que se aventuram a escalar o Aconcágua. Lá se encontra os restos mortais de 2 brasileiros, entre eles Mozart Catão. A entrega deles por seus sonhos emociona a gente...
E a emoção fica mais forte ainda, quando nos deparamos com a maior montanha das Américas, o Pico do Aconcágua. Pudemos subir com as motos por 1 Km e depois andar a pé mais 2 Km até uma base da montanha donde se tinha uma vista espetacular! Chegamos a 3.000m de altitude e perdemos o fôlego literalmente...lá se “ouve o silêncio”...
Seguimos nosso caminho parando em Puente Del Inca, outro lugar incrível, que também já virou patrimônio da humanidade. Reza a lenda que aquele lugar foi descoberto e era habitado pelos Incas...há águas termais e sulfurosas que imprimem uma coloração única nas pedras e em tudo que por lá é deixado. Em seguida rumamos à fronteira, para adentrarmos no Chile, passando pelo Túnel Internacional com 3 Km de extensão e faz a divisa entre os países. Surpreendente por dois motivos: ao contrário do que falavam, apesar da burocracia, os chilenos foram simpáticos conosco e em meia hora estávamos liberados. Mas, sendo uma importante fronteira, o local da aduana é extremamente precário, possuindo ainda rípio e muita poeira na estrada e não há nenhum prédio, apenas umas cabines/barracas montadas onde o pessoal trabalha. Logo após a aduana, surge uma estação de esqui chilena bem badalada (Portillo), onde há um lago de degelo de uma cor incrivelmente verde. E aí...começa outra aventura perigosa e igualmente emocionante: a descida da cordilheira pelos “Caracoles”, que é uma via pavimentada com aproximadamente 30 curvas em forma de espiral, que gelam a gente! Daí inicia o retorno ao nível do mar, pela Ruta dos Vinhos chilena, na qual se encontram lugares com vindimas e pomares semelhantes a nossa região dos vinhedos de Bento Gonçalves e Caxias, até chegarmos a famosa Viña Del Mar.
Chegamos lá ao pôr do sol, o que ocorreu às 21h30...espetacularmente! aliás, nosso trajeto hoje ocorreu sob um sol escaldante!
Uma parada para um brinde, ao som das ondas quebrando na areia do mar do Pacífico e das gaivotas e um bom descanso.